quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Epifania



...A meio das escadas mudou de rumo e embrenhou-se pelo bosque, mais fresco e mais sombrio.
ansiava pelo contacto com a natureza, com a terra e as árvores
deitada no chão seco e forrado de folhagens, apreciava a sombra, de olhos fechados
e dos seus lábios saíram uma, duas, três palavras...
... uma sequência de frases murmuradas que nem ela sabia que queria dizer.
Abrindo os braços, ali permaneceu, simplesmente respirando, sentingo a terra ao longo do seu corpo e murmurando uma litania
até que uma luz radiosa e branca a cobre como um manto
Sente a energia fluir livemente por todos os poros da sua pele
e o fresco da sombra torna-se um calor intenso
não se move, deixa que flua
e o seu coração explode nesse calor branco e belo, em ondas concêntricas de energia emanada para o mundo
cálida e amorosa, quente e acalentadora,
enquanto os rostos de pessoas amadas sorringo, desfilam ante os seus olhos fechados
sem se aperceber bem, também lhes sorri.
Quando se dá conta, nota que seria impossível o brilho do sol atingi-la naquele ponto, daquele modo
e abre os olhos...
só tem tempo de agradecer aquele momento, que de súbito se desvanece, e a paisagem volta a ser o que era antes.
Levantando-se, ainda com um vago sorriso nos lábios, encaminha-se para a descida prometendo voltar em breve.

SLL

2 comentários:

  1. Muito lindo, fico muito feliz\ que voltes a escrever ou publicar novamente. Beijusssssssssss

    ResponderEliminar
  2. Sara, lindíssimo Texto, fantastico, fico feliz pelo teu regresso as letras. beijus

    ResponderEliminar